
Foi numa cabana num inesperado lugar no meio do parque natural de Galloway, na Escócia, que encontrei um bocado do Japão em forma de cerâmica.
Essas formas saíram das mãos de Andy Priestman, um aficionado pelo Japão, tal como eu. Andy vive num encantador estúdio que mistura a estrutura da casa ocidental, com o interior e espírito japonês. A atmosfera que se sentia em sua casa era muito nipónica. Sentida na decoração, e na forma como me recebeu e ao seu amigo Rex ( Um grande anfitrião e amigo que me levou a conhecer cada segredo e cantinho do Sul da Escócia).
O chá verde que nos aqueceu naquela manhã fria de Setembro foi acompanhado por uma agradável conversa.
Descobri que Andy já tinha estado em Portugal há muitos anos, e que tinha família no Japão. Mas a surpresa maior foi ver o excelente trabalho de cerâmica que fazia e vendia @minniwick. Lembrava-me da cerâmica japonesa. Afinal, não é de estranhar, já que o pai da cerâmica de estúdio em Inglaterra, foi Bernard Leach, um Inglês que se iniciou na cerâmica no Japão. É por isso normal que o prato do dia no Reino Unido seja japonês, pelo menos em termos de cerâmica.
Bernardo Leach nasceu um dia depois de mim.
Bem, para ser exacto, foi uns bons anos antes, mais precisamente no dia 5 de Janeiro de 1887. Nasceu em Hong Kong mas passou os primeiros 3 anos da sua vida no Japão. Depois mudou-se para Hong Kong em 1890. Após estudar Artes em Londres, mudou-se para o Japão em 1909 e foi lá que teve o primeiro contacto com a cerâmica através de uma aula de Raku-yaki. Estudou sob a tutela de Urano Shigekichi 浦野繁吉 (1851–1923), que era Kenzan 6th na tradição de cerâmica Ogata Kenzan (1663 -1743). Em 1920 retorna a Inglaterra a convite de Francis Horne e forma a Leach Pottery com o primeiro forno 'Noborigama (登り窯)' construído no Oeste.
Leach revolucionou a cerâmica no Ocidente e hoje em dia vê-se reflectido no trabalho de muitos artistas ocidentais.
A cerâmica de Leach era inspirada na japonesa, mas não se pode dizer que a cerâmica japonesa se restringisse ao método Raku que Leach adoptou.
Cada região do Japão tem o seu tipo de cerâmica, dependendo da técnica, do material e da tradição local.
Um dos estilos que gosto mais é o de Bizen. Não só pelas suas características, mas acima de tudo, pelo processo de fabrico. Devido às características do barro de Bizen, as peças tem que ser cozidas gradualmente. Começam a baixas temperaturas (600º C) e por volta do 8 dia atinge a temperatura máxima (1200ºC). O processo de cozedura dura mais uns dias (de 2 a 6) até estar concluído. Devido a esse moroso e dispendioso processo, a cozedura só tem lugar uma ou duas vezes por ano. As peças são todas elas únicas já que o fogo deixa marcas distintas em cada uma delas.
Sei que outras regiões do Japão têm cerâmica com as suas características e processos de fabrico únicos mas para mim Bis a Bizen.
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