
Às 14:46 JST de 11 de março um grande tremor de terra seguido por um tsunami como nunca antes registado na história do Japão, levou a vida de 15.899 pessoas, e 2.529 desapareceram sem deixar rasto.
Para além das vidas, o tsunami levou também casas, templos e história consigo.
O reator nuclear de Fukushima foi também afetado resultando no segundo maior caso de acidentes nucleares.
Perante tanta desgraça, este tremor de terra serviu para abalar e acordar um povo adormecido e resignado.
Os japoneses começaram a pôr certas coisas em causa, e a adoptarem um estilo de vida diferente que não fosse só trabalho e obediência cega às instituições e governo.
Começaram a deixar os seus trabalhos, e a mudarem-se para o interior para seguir os seus sonhos e estarem mais em contacto com a natureza e as suas origens.
Houve muitos que voltaram para as suas aldeias e cidades natais afetadas para ajudarem a reconstruir e a dar-lhes uma nova vida.
Houve uma corrente de solidariedade a nível nacional, que embora característica neste povo, alcançou dimensões nunca antes vistas.
O Japão sempre se adaptou ao longo dos anos a todas as adversidades que lhes têm assolado, mas desta vez foi mais além: mudou.
A ilha de Honshu deslocou-se 2,8 metros para Este e o eixo da terra deslocou-se entre 10 a 25 cm aumentando a velocidade da terra fazendo com que os dias ficassem 1,8 micro-segundos mais curtos.
Não sei se por estas razões, mas a verdade é que também nos aproximou todos um pouco mais.
Aproximou-nos em torno de causas como o clima e o ambiente; aproximou-nos como sociedade em prol de causas mais humanitárias e menos materiais; aproximou-nos como família, dando mais importância aos momentos que passamos juntos.
Talvez o mundo não tenha mudado muito, mas a percepção que temos dele mudou certamente.
Há nove anos ao ver esta tragédia na TV algo em mim mudou.
Trabalhava, então, numa agência de publicidade conceituada e gostava do que fazia.
Eu e a minha mulher estávamos à espera do nosso primeiro filho, e contra tudo o que seria lógico decidi deixar o meu trabalho a tempo inteiro para ser pai a tempo inteiro.
Foi uma mudança radical na minha vida, que mudou-me como pessoa, trouxe-me o meu maior presente e permitiu-me ser um pai sempre presente.
Passaram nove anos desde que esta tragédia se abateu sobre o mundo e muita coisa aconteceu desde lá para cá.
É preciso tempo, para conseguirmos ver que um acontecimento que na altura era uma catástrofe sem solução, passado uns anos floresce e volta a dar esperança.
Para mim, quem melhor o representou foi um artista japonês, Manabu Ikeda, com o seu quadro Rebirth drawings.
Nesse quadro, o artista desenha uma árvore que nasce dos escombros do tsunami e que dá flores com pétalas como bebés.
Demorou-lhe 3 anos, 3 meses e 12 dias para acabar esta metáfora, que demora a certas pessoas uma vida inteira para perceber.
A vida é um ciclo, e da destruição nascem novas oportunidades e novas vidas.
Há nove anos enquanto uma parte de mim mudava para sempre, nascia um pai para sempre.
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