
Iroha são os 3 primeiros fonemas do pangrama Japonês o que equivale de grosso modo ao nosso ABC.
Para entendermos melhor, aonde quero chegar, primeiro há que esclarecer como é composta a escrita japonesa. Os japoneses usam 5 alfabetos para comunicar por escrito na sua língua: o Hiragana, o Katana, os Kanji, o Romanji, e a numeração árabe.
Muito sucintamente: o Hiragana e Katakana são um conjunto de 47 fonemas idênticos mas que se usam em diferentes ocasiões. O Hiragana é usado para palavras de origem japonesas ou que já sejam muito antigas de modo já estarem incorporadas no léxico nipónico (ex: tabaco).
O Katakana, é usado para palavras estrangeiras, ou para leitura do som chinês dos kanji.
Os Kanji, são compostos por caracteres chineses que em conjunto com o Hiragana e Katana formam as frases japonesas.
O Romanji, designa os caracteres ocidentais que são usados muitas vezes para nomes de lojas, ou designação de produtos. Outro uso comum, é na aprendizagem da língua japonesa por ocidentais.
E por fim, a numeração árabe é usada cada vez mais em sinaléctica, botões de elevadores e até datas.
Mas vamos focar-nos no Hiragana, por ser a base da língua japonesa.
As crianças até ao 4º ano aprendem hiragana e katakana, só aprendendo Kanji posteriormente.
Também porque o Hiragana é o mais aproximado ao abecedário ocidental que a língua japonesa tem.
A forma actual em que é disposto o Hiragana é: a, i, u, e, o seguido dos fonemas com consoantes na mesma ordem, por exemplo ka, ki, ku, ke, ko, etc…
Esta ordem data de 901 e foi inspirada no guião siddhaṃ para o sânscrito.
Antes disso, por volta de 1000 anos atrás, a mnemónica que os japoneses arranjaram para decorar os 48 fonemas do hiragana foi um poema que mais tarde se tornou uma ladainha e que é conhecida como iroha uta.
O poema é o seguinte:
i ro ha ni ho he to chi ri nu ru wo
wa ka yo ta re so tsu ne na ra mu
u wi no o ku ya ma ke fu ko e te
a sa ki yu me mi shi we i mo se su
E a sua tradução livre é qualquer coisa como:
As cores são perfumadas, mas se espalham.
Em nosso mundo, quem poderia ficar ouro para sempre?
A profunda montanha de Uwi, vamos atravessá-la hoje.
Não terei um sonho de papel a menos que esteja bêbado.
Devido a todos os fonemas terem uma consoante associada (excepto o N) o japonês é das poucas línguas que permitem fazer uma pangrama em forma de poema sem repetição de letras, apesar de a maioria dos japoneses conhecerem a ladainha, nem todos percebem bem o seu significado. Mas esse também não é o propósito deste post.
O que achei curioso, foi ver que assim como nós usamos a ordem do ABC para identificar alíneas por exemplo, ou como identificação de variáveis os japoneses usam a ordem deste pangrama, e não a ordem estabelecida oficialmente do Hiragana.
Assim em vez de:
a) Maçã
b) Pera
c) Morango
etc…
Os japoneses usam:
i) Ringo
ro) Nashi
ha)Ishigo
etc…
A língua japonesa é cheia de simbolismos, analogismos e características únicas que a tornam difícil de aprender, mas de uma sensação profundamente recompensadora quando o fazemos.
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Iroha é o equivalente ao nosso ABC. É um pangrama que se transformou numa canção ou ladainha e que a maioria dos japoneses conhecem. O que a torna uma curiosidade para nós, ocidentais, é a sua utilização. Uma forma divertida de ordenar e memorizar um alfabeto.