
Da primeira vez que fui ao Japão fui sem cerimónia nenhuma.
Decidi ir ao Japão, e fui sem nada marcado nem planos definidos. Sabia só a data de partida e a de chegada, e tinha comprado o JR Pass para 14 dias. Foi uma viagem magnífica. Eu descontraído e sem cerimónias, num país em que há uma razão, e até uma certa etiqueta, para tudo o que fazem.
Em Himeji, mais precisamente nos jardins Kôkô, ao lado do famoso castelo, fui a uma cerimónia do chá.
Primeiro facto curioso foi a rapariga que me vendeu o bilhete falar fluentemente português. Ela tinha vivido na Galiza, e vinha muito a Portugal. Estar no outro lado do mundo, e após duas semanas a ouvir falar outras línguas, ter uma conversa sobre o nosso país na nossa língua foi único. Foi como matar um pouco de saudades de casa, com uma completa estranha.
Depois fui fazer a cerimónia do chá que foi uma experiência de uma vida. A minha anfitriã era uma senhora na casa dos 80 anos que executava cada movimento com a graciosidade de uma menina de 20. O chá era matcha (chá verde em pó), e era acompanhado com um wagashi.
Depois de bebermos o chá, e comermos o wagashi (doce japonês), estivemos um pouco na conversa e a contemplar o maravilhoso jardim que se estendia perante os nossos olhos.
Foi delicioso e memorável. Diria que foi uma experiência matchless.
Chadô é uma cerimónia de chá que encanta os japoneses desde há séculos, devido à sua simplicidade e rituais cheios de significado.
Apesar de o chá ter chegado ao Japão muito antes, e alguns monges terem gerado uns rituais de elaboração e bebida do chá chamado de Cha no yu, foi somente no século XVI que Sen no Rikyû definiu os princípios da cerimónia do chá, ficando conhecida como Chadô ou Sadô (caminho do chá). Os princípios são: Harmonia (和, wa), respeito (敬, kei), pureza (清, sei), e tranquilidade (寂, jaku) e são uma lição de vida para todos, principalmente para quem tem falta de chá.
Recentemente tive a oportunidade de voltar a experimentar a cerimónia do chá em Lisboa.
Curiosamente foi na mesma fundação onde comecei a aprender japonês há mais de 25 anos: Fundação MOA (Motiki Okada).
Mudaram de lugar, mudaram as pessoas mas a missão mantêm-se: divulgar a cultura japonesa.
Kawai san foi muito prestável e simpático e executou a cerimónia com uma graciosidade que só anos de prática nos dão. O matcha era delicioso e suave.
Não sei se era por ser Biológico ou se foi a mestria de Kawai san que o suavizou.
Posso dizer que ter encontrado um local onde possa ter experimentado uma cerimónia do Chá, tão boa quanto a do Japão, em plena Lisboa foi um achado.
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